A gentileza que nos falta em nossa solidão

Olá, Luneteiros!

Como sou viciada em música, não há um único dia em que eu passe sem ouvir . Inclusive um dos meus maiores hobbies é ficar procurando música legal no youtube e arquivando em infinitas playlists para ouvir tudo depois.  E hoje foi um dia que eu tirei para explorar meus arquivos, e eis que me deparo com a música “Everyone is lonely”, de um canal de animação, a qual eu nem me lembrava de ter arquivado. Uau! É viciante. Não resisti ao replay infinito.

Eu realmente amei essa música (a animação também). Além do ritmo ser leve e descontraído, a letra me tocou profundamente, pois a bela mensagem que ela traz é um pouco do que eu penso e sinto com relação ao mundo, as pessoas e a mim mesma. Se todos somos um pouco sós, então por que não sermos sempre gentis uns com os outros? Se todos temos problemas e carregamos um pouco de dor em nossa essência humana, então por que não nos ajudarmos, não compartilharmos nossa solidão? Talvez ser gentil não seja suficiente para mudar o mundo (ao menos, não no início), mas com certeza pode deixá-lo melhor. Afinal, gestos de gentileza, mesmo que pequenos, podem fazer o dia de alguém mais feliz, além de influenciar outras pessoas a fazerem o mesmo.

Talvez seja possível pensar de forma mais profunda e crítica com relação a essa música e ao vídeo, mas o que me interessa nesse momento é apenas apreciá-la pelo alento que ela me ofereceu e pelos belos sentimentos que ela me despertou.

Como a música é em inglês, vou deixar a letra logo abaixo do vídeo para facilitar a compreensão. Mas não se preocupem muito, se vocês prestarem atenção ao desenho e apenas sentirem a leveza dessa bela música, vão compreender a rica mensagem que ela traz. Espero que gostem!

 

We’re all the same
No matter how we’ve grown
Colors of our skin
Defections in our bones

There’s one we share
Everyone everywhere
We’re all alone
We’re all alone.

Everyone is fundamentally lonely
Whether you trust science or a church
Because we’re scared
Some of us make pairs
And some of us are still on the search

But everyone is fundamentally lonely
So here’s daily advice
You’re in pain
And everyone feels the same
So just be ….. nice.

What do you lose
When life’s already the worst
Leave a bigger tip
Let that guy in line first

We’re all lonely
Pay for their coffee
Pick up that trash
I know it’s not your trash.

Everyone is fundamentally lonely
Sometimes it comes out as rage
Screaming in a store
Cause they’re lonely at the core
So be calm when you engage

Everyone is fundamentally lonely
And I’m not saying to sacrifice
Lend some support
At the airport
It won’t kill you to be nice.

Everything is stupid
Success is a projection
We’re all quietly helpless
Being nice is a connection

Blaring your car horn
Won’t make you feel tremendous
But picking up something someone dropped
Will make this whole thing less horrendous

Everyone is fundamentally lonely
Even the ones who pretend they’re not
Be nice today
It’ll make things just slightly ok
On this lonely, little blue dot.

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O Apanhador no Campo de Centeio – Que tal tirar suas próprias conclusões?

“O Apanhador no Campo de Centeio” (The Catcher in the Rye) é um clássico escrito por Jerome David Salinger no contexto da 2ª Guerra Mundial, que acabou sendo um marco para a geração jovem daquela época e tornando-se uma grande obra da literatura norte-americana. Já faz um tempo que li esse livro, mas decidi postar sobre ele aqui porque, apesar de ser uma análise bem simples, ela me permitiu fazer uma reflexão sobre a importância de tiramos as nossas próprias conclusões.

Eu nunca havia pensado em ler esse livro porque ainda não tinha ouvido falar sobre ele e nem mesmo visto comentários dele por aí. Só fiquei sabendo por meio de um amigo que o mencionou na internet, dizendo ter se identificado muito. Não tive vontade de ler no início, pois o título me deu aquela impressão de que era um livro de terror, com estórias macabras, ou então de guerras, ficção científica ou algo do estilo. Esses estilos não me interessam muito. Só me interessei em lê-lo quando meu irmão disse que o havia lido, mas não havia gostado.

Por ele não ter gostado, eu fiquei pensando: Será que esse livro é tão ruim mesmo? Perguntei-lhe a razão dele não ter gostado, e ele disse que era por causa da personalidade do personagem principal, o Holden Caufield, que só reclamava de tudo e tinha um humor deprimente do começo até o fim do livro, capaz de deprimir qualquer leitor. Então, decidi ler para ter minhas próprias conclusões, encarando isso como um desafio, o de encontrar pontos positivos no livro. E, de fato, encontrei muitos. Sei que há toda uma história por trás desse livro e por trás da vida do autor e que há milhares de análises na internet, mas o que quero nesse momento é falar apenas de algumas das minhas impressões.

O que mais me desagradou foi a linguagem, que é muito informal e vulgar, por conta do retrato que o autor procurou fazer da juventude. No começo, eu também não estava gostando do Holden, rapaz de 16 anos, pois ele realmente reclamava de tudo. Ele estava estudando em um internato para rapazes e não gostava de nada lá. Foi reprovado em todas as matérias, exceto em inglês. Dizia que era porque odiava aquela escola e quase todos que a frequentavam, alegando serem hipócritas. Mas a forma como ele falava, apesar de muito vulgar (algo que me desagrada um pouco), era engraçada.

E quanto mais eu ia lendo, ia percebendo que ele não era um rapaz ruim. Ele era solitário e a única coisa que gostaria era de alguém que o ouvisse e conversasse com ele de forma inteligente. Ele também era muito preso ao passado, principalmente por causa de seu irmãozinho, o Allie, que havia morrido de câncer, e também era muito apegado a sua irmãzinha Phoebe. Ele não diz de forma clara as coisas boas que sente, mas é possível perceber isso com algumas atitudes dele, a forma de tratar as pessoas e os seus pensamentos.

Muitos o chamavam de imaturo e dizia que ele precisava encontrar um caminho, pois ele não levava os estudos a sério. Ele sabia disso, mas simplesmente não conseguia aguentar aquela realidade. Os seus colegas falsos, professores falsos, tudo o deprimia. Aos poucos, fui percebendo que ele era apenas um garoto sem rumo, que não sabia exatamente o que queria da vida e que, no fundo, apenas não compreendia o mundo e não desejava crescer… Para ele, o mundo deveria ser para sempre um carrossel, onde tudo o que é puro e inocente não fosse maculado pelo mundo dos adultos, onde ele só enxergava hipocrisia. A parte mais forte e tocante para mim foi quando ele disse que o seu maior desejo era ser um apanhador em um campo de centeio, em que ele imaginava um monte de garotinhos brincando sem direção, e a única coisa que ele tinha que fazer era ficar na beira de um precipício para salvar aqueles que pudessem cair no abismo.

Como vocês podem ver, eu gostei do livro que meu irmão odiou, o que me levou a pensar… Temos a tendência de experimentar apenas aquilo que tem uma boa fama. Se alguém diz que odiou algum livro, por exemplo, a maior parte de nós nem sente vontade de ler porque não quer desperdiçar o seu precioso tempo. Mas e se…? E se nós gostarmos de algo que outra pessoa tenha odiado? Ou, o inverso: e se nós odiarmos algo que alguém tenha gostado? É por isso que é importante tirarmos conclusões a partir de nossas próprias experiências e vivências, em vez de pensarmos e agirmos apenas conforme a opinião alheia. Afinal, nós também temos o direito de conhecer e de pensar diferente!  E o tempo é algo que nos faz crescer, desde que compreendamos que coisas boas e ruins fazem parte do nosso aprendizado, e de que nada se perde nesse processo.

E aqui deixo uma música que encontrei no youtube, que foi criada com base no livro. É apenas uma interpretação da criadora do vídeo, mas eu acredito que ela mostra perfeitamente um pouco do que Holden sentia com relação a si e ao mundo (pelo menos de acordo com minha própria interpretação).

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Quanto valeu 2015? – Minha breve retrospectiva acadêmica

Acredito que uma ótima forma de começar 2016 é fazendo uma retrospectiva de 2015. Sei que janeiro já está quase findando, mas decidi escrever só agora porque minhas aulas na faculdade recomeçarão em breve, e nada melhor do que o início das aulas – início de uma nova etapa – pra me fazer sentir que outro ano está se iniciando. Eu até ia ali vestir branco para me inspirar, mas acho que o verde que estou usando está de bom tamanho. Afinal, acho que estou precisando mais de esperança do que de paz (risos).

2015 foi um ano belo e ao mesmo tempo difícil para mim. Foi o ano em que iniciei o curso de Letras (curso do meu coração) e, embora eu estivesse ansiosa para isso, doeu-me muito me afastar dos meus amigos, abandonar a minha amada escola, meus amados professores e a minha amada rotina de estudante de Ensino Médio que, embora cansativa às vezes, me desafiava e me fazia feliz. Eu realmente amava todas as disciplinas, inclusive as de Informática, que eram integradas, então ter que escolher apenas um caminho, entre as múltiplas possibilidades que eu tinha a minha frente, foi realmente um martírio!

Nos primeiros dias de aula, eu me sentia estranha e nem um pouquinho universitária. Mas o conhecimento, o carisma e as reflexões dos meus novos professores, aos poucos foram me acalmando e me trazendo a empolgação que eu parecia ter perdido. No entanto, demorou um tempo para eu aceitar que ali seria minha nova casa.

O primeiro semestre foi ainda mais difícil porque minha rotina havia mudado completamente. Eu estava acostumada a passar o dia inteiro na escola, então quando passei a ficar só o período noturno, eu senti um buraco negro dentro de mim, como se algo estivesse faltando. Minha felicidade foi entrar no PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência), embora seja um verdadeiro desafio, e participar de um grupo de estudos sobre Linguagem e Psicanálise. Desse modo, eu passava mais tempo envolvida com a faculdade, o que me deixava mais leve e feliz. Mas eu ainda me sentia deslocada.

No segundo semestre, porém, foi um pouco diferente. Percebendo que o que me faltava era uma agenda cheia, decidi que preencheria toda a minha semana com atividades acadêmicas. Assim, ocupei-me de segunda a sexta, o que me trouxe uma enorme correria, mas também uma enorme felicidade. Na segunda, me inscrevi no curso de Francês e na terça, no curso de Inglês, além de participar de um grupo de estudos sobre Linguística Aplicada. Na quarta, me inscrevi num Projeto de Formação de Corretores. E na quinta e na sexta fiquei envolvida com atividades do PIBID. Ufa. Cansei muito, mas era exatamente o que eu precisava. Finalmente, eu pude sentir que a minha faculdade era o meu novo lar.

Mas, apesar de me sentir deslocada no início, a verdade é que os pontos foram muito mais positivos. Gostei muito da minha turma, inclusive fiz muitas amizades lá. Tive professores maravilhosos em 2015, alguns dos quais já tenho como amigos pra vida, e vivi momentos únicos na faculdade. Mergulhei em um universo de muitas reflexões: linguísticas, políticas, filosóficas, sociológicas… enfim, a faculdade, o meu curso e os professores superaram todas as minhas expectativas. O que me angustiava era não poder morar lá (risos). Agora sei que lá já é minha outra casa e que tenho um ano maravilhoso me esperando.

E talvez você me pergunte: o seu ano se resumiu a faculdade? Na verdade, não (embora quase). Passei ótimos momentos com minha família, cultivei as velhas amizades, criei novos laços, fiz coisas que jamais pensei que fosse capaz ou que jamais pensei que tivesse coragem, li um livro literário todo em inglês… Penso que esse ano também será cheio de atividades acadêmicas, mas espero que eu seja capaz de me aventurar muito mais! Eu poderia contar tudo o que me marcou nos mínimos detalhes, mas reparando o tamanho deste texto, acho que não convém, né? Vou ter que melhorar nesse quesito.  Mas, enfim, quanto valeu 2015 para mim? Valeu tudo o que tinha que valer: a pena. Até a próxima, leitores!

Obs: Não sou muito de tirar fotos (o que vejo como algo negativo), então não encontrei uma foto legal para postar. Mas os prints e o paint são minha solução sempre!

Retrospectiva

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Julieta Venegas, “La Chica del Acordeón”

 

Julieta Venegas, a menina do acordeão ( instrumento que conheço como sanfona), é minha cantora hispanohablante preferida. O mais engraçado desse apelido que ela recebeu, é que a sanfona nem é o seu instrumento primário, mas ela fez uma combinação tão perfeita dele em sua música, que agora sua imagem é inseparável dele. Julieta consegue fazer tudo o que cabe num acordeão: dos tons mais tristes e nostálgicos aos mais alegres e dançantes. Olha o que ela disse sobre o instrumento no texto que li em El Nuevo Diario: “lo comencé a tocar por curiosidad primero y se fue quedando, se fue quedando, hasta que forma parte inseparable de mi música”.

Além de sua originalidade na criação de ritmos e letras, outro ponto que me encanta em Julieta é o fato dela ser múltipla. Sua música é diversificada, cheia das mais diversas influências. Ela começou tocando piano aos oito anos e, no decorrer das suas vivências musicais, foi incorporando o acordeão, o violão, entre outros instrumentos, o que tornou sua música mista de estilos. Ela diz se sentir muito orgulhosa por unir o Pop e o Rock  com a música norteña.  E admito que, embora eu nunca tenha sido muito fã de sanfona (ou acordeão), a não ser pelo fato de que um tio meu toca este instrumento de forma cativante, o fato de Julieta utilizá-lo em suas músicas, foi um grande motivo para que eu a considerasse muito interessante.

E por que Julieta é minha preferida? Gosto musical é algo tão subjetivo, que é quase impossível explicar o porquê, mas, mesmo sabendo que não conseguirei expressar tão bem como gostaria, posso tentar:  Julieta Venegas é minha preferida porque sempre desejo ouvi-la. Porque fiquei ansiosa pelo álbum novo (Algo Sucede) e, quando ele saiu, eu amei cada detalhe de cada uma das músicas. Porque quando ouço muito o álbum novo, sinto saudades dos álbuns anteriores e os ouço também! Porque não importa quantas vezes eu repita uma música sua, ela sempre será uma novidade, um mistério, uma possível chave pro meu coração, pro amor, pra vida. Sempre quero dançar ou gritar a letra. Ou até mesmo refletir… Não por haver monotonia, mas pelo fato da música ser tão profunda, que às vezes quem dança é o meu pensamento! Julieta Venegas é, sim, a minha preferida. Porque de 200 músicas que ela escreve, eu gosto pelo menos de 198…

Ela me cativou por sua maneira serena de cantar, de compor e, inclusive, de ser ela mesma, simples e criativa. Ela me descreve, mesmo quando a letra não cabe em mim. Tengo ganas de ouvi-la quando estou triste… quando estou feliz… quando quero me inspirar… quando quero dançar… Quando quero pensar… Quando tudo!  Ela é uma das únicas cantoras que me agrada em letra e ritmo em mais de dez músicas. Sinceramente, eu não sei como ela conseguiu isso.

As músicas que Julieta canta acompanhada do acordeão que mais gosto são: Me Voy e Andar Conmigo. E também músicas em que ela participou: No me importa el dinero ( de Los autenticos decadentes), Sueños (de Diego Torres). E claro, não poderia faltar “Ese Camino”, que foi o primeiro single do seu novo álbum Algo Sucede. Com certeza, uma das minhas preferidas com o acordeão. Aqui ela traz uma inquietação que está presente em todo ser humano: a de que levaremos para sempre dentro de nós a criança que fomos um dia… Apreciem o vídeo.

Se quedará, por siempre aquí… esa niña, la niña que un día fui…

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